Fórum discute futuro da internet no país

Foto: Marcelo Soares e Paula Lima/NIC.br
Foto: Marcelo Soares e Paula Lima/NIC.br

Realizado em Salvador entre os dias 14 e 17 de julho, o evento teve como tema a evolução da governança da rede 

Cássio Santana

Na sua quinta edição, o Fórum da Internet no Brasil reuniu um grupo diversificado de participantes em Salvador. De estudantes a empresários, o público pôde assistir a um debate aprofundado sobre a internet no Brasil e no mundo. Com o tema “Evolução da Governança da Internet: empoderando o desenvolvimento sustentável”, o fórum foi organizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), entidade representativa deliberativa do setor no país.

O evento foi palco de diversos debates, dentre os quais diversidade e neutralidade da rede, inclusão digital, cibersegurança e internet e direitos humanos. Grupos de trabalhos, paralelos à mesa principal, fortaleceram as discussões, com acréscimos e sugestões à gestão da rede no país. “É um espaço importante para se discutir internet, a privacidade na rede, por exemplo”, apontou a Estudante Isabela Palma, participante do grupo de trabalho sobre Cibersegurança e Confiança.

O encontro é um aquecimento para 10ª Reunião Anual do Fórum de Governança da Internet (IGFIGF – Internet Governance Forum), programado para acontecer em João Pessoa, de 10 a 13 de novembro 2015. Na ocasião, participantes de todo o mundo se encontrarão para debater maneiras de expansão de uma internet sustentável e inovadora.

Diversidade – Um dos principais temas debatidos no fórum da internet foi a diversidade na rede. Exemplos do empoderamento da internet por grupos historicamente marginalizados foi trazido à mesa. A ativista da Fundação Terra Mirim, Maria Izabel, relatou o impacto positivo do advento da internet em relação à fundação. “A internet tem facilitado muito nossa vida, podemos nos conectar com outros movimentos, temos informações de todo o mundo”, destacou. “Hoje sabemos que a natureza (no mundo) está cada vez mais silenciosa”.

O Ativista Enderson Araújo apresentou ao público a experiência do site Mídia Periférica. “O projeto Mídia Periférica se empodera da internet para mostrar o lado que a mídia não mostra da periferia: eventos culturais, festas e eventos”, explicou. De acordo com Enderson, o site é uma ponte de interação de várias comunidades periféricas de Salvador. Como exemplo, o ativista trouxe o “I Love Periferia”, proposta do site onde internautas de diversas localidades enviam fotografias dos seus bairros.

Para Pedro Caribé, um integrantes da rede Bahia 1798, é necessário “políticas públicas para essas experiências (de grupos marginalizados), para as pessoas que usam a internet de outra forma”. Segundo Caribé, as experiências na rede criam ferramentas de mobilidade e contestação social.

Preocupação– O Secretário do Executivo do Ministério da Cultura (Minc), João Brant,  assinalou a importância das redes sociais se adequarem à legislação brasileira. Segundo o secretário, hoje, nas redes sociais, os usuários brasileiros estão sujeitos às leis dos Estados Unidos.

“Há uma imposição de valores que não são os nossos”, destacou Brant, relembrando o caso de uma foto de indígenas censuradas pela rede social Facebook. “Essas plataformas têm que respeitarem e se adequarem à legislação Brasileira”.

Encaminhamentos – Ao final do fórum, nesta quinta (14), todo o trabalho, tanto da mesa principal quanto dos GTs, foi reunido em relatórios, que, de acordo com o CGI.br,  em breve serão disponíveis no site do evento. Os relatórios serão apresentados no 10ª Fórum de Governança da Internet, na Paraíba.

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